Economista defende regulamentação de entrada e saída de recursos - Kelly Oliveira Repórter da Agência Brasil ( 3 de maio)
Brasília - A entrada e a saída de recursos estrangeiros, no Brasil, deveriam ser regulamentadas, a exemplo do que é feito no Chile e na Argentina. A opinião é do professor de economia da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Piscitelli. “Atualmente não há condição para destinação desses recursos, nem restrição quanto aos prazos de permanência e não há obstáculos para saída. Inclusive existe uma tratamento fiscal extremamente generoso”, avaliou o professor.
Para ele, a regulamentação é importante no momento em que o Brasil conta com recordes nas remessas de lucros e dividendos ao exterior, no investimento estrangeiro direto e na captação de recursos de curto prazo do exterior, para aplicação no Brasil, estimulada pelo diferencial de juros do país (11,75%) e os Estados Unidos (2%).
Na avaliação do professor, com a elevação do Brasil ao grau de investimento, o país se torna ainda mais atraente para o capital estrangeiro, que é um dos fatores que tem estimulado à redução da cotação do dólar.
A alta do real frente o dólar, que, por um lado ajuda a conter a inflação no Brasil, por outro pode desestimular as exportações de produtos com valor agregado e a produção interna que concorre com produtos importados. A inflação, nesse caso, conforme explica Piscitelli, pode ser contida porque os produtos importados ajudam a atender a demanda, que, segundo o Banco Central, está em descompasso com a oferta.
“Alguns setores exportadores terão mais dificuldades de competir, principalmente os que agregam mais valores a sua produção. Não é o caso das commodities, produtos agrícolas, alimentícios e combustíveis, porque esses já têm aumento considerável nos seus preços. Os setores que mais agregaram valor à produção, provavelmente, serão os mais afetados”, disse.
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